Na espécie
humana os géneros sexuais são determinados pela combinação de cromossomas
chamados X e Y. O género masculino resulta da presença de um cromossoma Y
emparelhado com um X. O género feminino apresenta dois cromossomas X no seu
genoma.
A presença
de dois cromossomas X resulta, não só no desenvolvimento de uma anatomia caracteristicamente
feminina, mas também de outras características fisiológicas associadas à
presença de determinadas hormonas e outras biomoléculas que variam ao longo da
vida (algumas destas biomoléculas também estão presentes no homem mas em
diferentes concentrações).
A presença
dos dois cromossomas X também modula a expressão dos genes localizados nos
restantes 23 pares de cromossomas, num “diálogo” ou interacção genética cujo
governo bioquímico ainda estamos longe de entender, mas que é aparentemente o
resultado da “confrontação democrática” de “tendências” para inactivar ou activar
cada um dos cerca de 20 mil genes que compõem o genoma humano.
Dessa "economia genética" efectuada em cada célula singular, resulta, em última instância, o que somos na globalidade orgânica (atenção que isto também é válido para o género masculino, com o cromossoma Y a causar “diálogos” eventualmente diferentes). Mas também na distintiva flexibilidade do cérebro humano para sonhar, para imaginar para além dos sentidos.
Dessa "economia genética" efectuada em cada célula singular, resulta, em última instância, o que somos na globalidade orgânica (atenção que isto também é válido para o género masculino, com o cromossoma Y a causar “diálogos” eventualmente diferentes). Mas também na distintiva flexibilidade do cérebro humano para sonhar, para imaginar para além dos sentidos.
Também os
sentidos são afectados pela presença de dois cromossomas X. E um deles é o da
visão.
Para
precepcionar as cores a maior parte de nós possui células especializadas na
retina a que chamamos cones. Cada cone possui inúmeras proteínas e outras
biomoléculas. Mas uma família de proteínas em particular, chamadas opsinas, é “sensível”
à radiação da luz solar na região do visível.
Existem
normalmente três tipos de opsinas cada uma mais sensível (ou absorvendo mais) a
uma dada frequência (ou cor) do espectro visível da luz solar: ao vermelho, ao
azul e ao verde. Os genes para cada uma das “variantes” da família das opsinas
encontram-se no cromossoma X.
Segundo alguns estudos há mulheres
que, no conjunto dos seus dois cromossomas X, no diálogo genético para a
expressão dos genes das opsinas, produzem um quarto tipo destas proteínas. Possuem, assim, uma visão tetracromática em contraste com a
tricromática a que o género masculino está restringido na melhor das
possibilidades genéticas.
As mulheres com quatro tipos de cones diferentes parecem possuir uma maior acuidade para ver o mundo com outras nuances e
subtilezas coloridas. Possuem, de certa forma, um sentido da visão mais rico,
capaz de diferenciar tonalidades imperceptíveis aos homens (e à maioria das
mulheres). Conseguem assim gerenciar emoções distintas em relação a uma mesma
flor. Duas rosas vermelhas e iguais para um homem, podem ser distintas para uma
mulher com visão tetracromática. Para estas, o mundo é mais colorido e enriquecido
com padrões que só elas conseguem sentir.
António
Piedade
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